Área da fisioterapia destinada aos cuidados das diferentes fases da mulher, visando qualidade de vida, saúde sexual, promoção de saúde, prevenção e reabilitação. Também conhecida como fisioterapia pélvica ou fisioterapia uroginecológica, a qual trata das disfunções do assoalho pélvico e as estruturas ali envolvidas. É indicada em todas as idades, para autoconhecimento ou reabilitação de disfunções.

Por quê procurar uma fisioterapeuta pélvica?

Primeiro ponto: Não é necessário deixar surgir as disfunções, dores e incomodos com sua região íntima para buscar auxílio profissional. A prevenção de disfunções e a educação em saúde (autoconhecimento e saúde sexual) também fazem parte da atuação desses profissionais. O simples fato de nascermos mulheres, pode nos predispor à disfunções do assoalho pélvico (músculos, útero, bexiga e reto), então buscar uma avaliação, prevenir ou reabilitar é necessário.

Saiba Mais

Incontinência Urinária

Incontinência urinária (IU) é a perda involuntária de urina, podendo variar de um pequeno escape ocasional até a completa incapacidade de conter a urina. IU é um problema comum – afeta mais de 10 milhões de pessoas no Brasil, numa proporção aproximada de 3 mulheres para cada homem, e em qualquer idade: de crianças a idosos, homens e mulheres.

Pode ser tão desagradável que interfere em aspectos mais simples do dia-a-dia e pode afetar o emocional. Ela pode ser:

Incontinência Urinária de Esforço – o sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-se.

Incontinência Urinaria de Urgência – vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro.

Incontinência Urinária Mista – associa os dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra.

Felizmente,  a fisioterapia pode auxiliar e muito no tratamento, utilizando os seguintes recursos:  propriocepção, coordenação e fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, eletroterapia, educadores perineais, dentre outros.

Bexiga Hiperativa

É a necessidade urgente de urinar, por um aumento da atividade do músculo detrusor (responsável pela contração da bexiga), causando urgência miccional e aumento da frequência urinária, podendo haver perda involuntária de urina.

A prevalência dos sintomas da Bexiga Hiperativa na população adulta de ambos os sexos chega a 17%, sendo que na mulher, durante o período de atividade menstrual pode apresentar uma prevalência de até 50%, evoluindo com o aumento da idade e atingindo até 80% das idosas institucionalizadas.

Pode ter como causa alterações neurogênicas (lesões medulares, esclerose múltipla, AVE, etc), alterações não neurogênicas (obstrução urinária, cirurgia pélvica anterior, etc) ou causa idiopática (sem causa identificada e específica, podendo ser causas emocionais  como ansiedade ou depressão).

A fisioterapia pode auxiliar no tratamento, utilizando os seguintes recursos:  eletroterapia na região sacral e tibial posterior, propriocepção, coordenação e fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico e técnicas de controle miccional.

Prolapsos Genitais

É quando um ou mais órgãos pélvicos (vagina,  útero, bexiga, reto, intestino) saem de sua posição original, sendo visualizado na parte externa ou não, por uma fraqueza das estruturas que são responsáveis pelo seu posicionamento:  musculatura do assoalho pélvico, tendões e ligamentos.

O POP (prolapso dos órgãos pélvicos) tem uma prevalência de 5-10%, a gestação e a multiparidade aumenta o risco de POP tardiamente – 50% das mulheres perdem algum mecanismo de suporte pélvico provocado pelo parto, e apenas 2% das mulheres nulíparas desenvolvem prolapso.

A fisioterapia pode auxiliar no tratamento, utilizando os seguintes recursos: propriocepção, coordenação e fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, bem wa contínuo, termoterapia, técnica do espelho, eletroterapia.

Incontinência Fecal

É quando ocorre a queixa de escape involuntário de fezes ( sólidas, líquidas, sem perceber ou durante o sexo vaginal) e/ou de flatos.

Estima-se que 20% da população apresentem algum nível de incontinência anal, entretanto apenas 1/3 dos pacientes busca por atendimento.

Saiba que a fisioterapia pode te auxiliar.

A fisioterapia pode auxiliar no tratamento, utilizando os seguintes recursos: questionários, exames físicos e complementares, propriocepção, coordenação e fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico,  eletroterapia e balonete.

Constipação

É um sintoma relacionado a dificuldade de evacuação ou mau funcionamento intestinal, caracterizada por defecações difíceis ou infrequentes, fezes endurecidas, evacuação incompleta, esforço para evacuar e/ou dor abdominal/retal.

É necessário uma mudança de hábitos de vida, como atividade física, boa ingesta de água, alimentação balanceada e cuidar o uso de medicações laxantes.

A fisioterapia pode auxiliar no tratamento, utilizando os seguintes recursos:  massagem abdominal, liberação miofascial, treino com balonete e manobras do puboretal.

Disfunções Sexuais

Refere-se à dificuldade sentida por um indivíduo ou casal durante qualquer estágio da atividade sexual, desejo, excitação ou orgasmo. Atualmente 51% da população apresenta algum nível de disfunção sexual.

A sexualidade, é um importante aspecto da personalidade humana. Abrange a forma como cada pessoa expressa e recebe afeto, não é restrita ao coito e é sujeita a autoestima do indivíduo.

A fisioterapia tem um papel fundamental a desempenhar nas disfunções que estiverem associadas a perturbações fisiológicas e ao desempenho físico, especialmente a disfunções da região pélvica e do períneo.

Podem ser : Disfunção do desejo sexual – Hipoativo (ausência ou diminuição do libido); Disfunção de excitação (insuficiente/ausente);  Disfunção orgásmica; Dispareunia;  Vaginismo;  Aversão sexual; Disfunção urinária ou
fecal ao coito.

Dispareunia: dor e desconforto na relação sexual, sensação de ardência ou queimação na parte interna ou externa da vagina.

Vaginismo: Dificuldades persistentes ou recorrentes em permitir a entrada vaginal de qualquer objeto, apesar do desejo expresso da mulher de fazê-lo. Apresenta contrações involuntárias e dolorosas da musculatura do assoalho pélvico.

Em certos casos, O vaginismo também pode estar associado à presença de Vulvodínia, patologia que também causa dor e ardência na região da vulva.

Desconforto vulvar, mais frequentemente descrito como dor em queimação, ocorrendo na ausência de achados visíveis relevantes ou um distúrbio neurológico específico, clinicamente identificável.

A fisioterapia através  da utilização de massagem perineal, uso de dilatadores, acupuntura, termoterapia ou eletroterapia visa inibir a dor e os desconfortos durante a relação sexual e atividades de vida diária.

Dor Pélvica

É um desconforto que ocorre na região inferior do abdômen ou pelve, recorrente ou contínua, não menstrual e cíclica, geralmente intensa, com duração de mais de 3 meses.

Sintomas comuns na dor pélvica são: dor ou ardência para urinar, dor ou desconforto na relação sexual, dor na região perineal e/ou abdômen inferior.

É importante averiguar o histórico pregresso de cada paciente, bem como exames  ginecológicos prévios afim de verificar a presença ou não de patologias associadas.

A fisioterapia pode auxiliar no tratamento, utilizando os seguintes recursos:  eletroterapia, termoterapia, acupuntura, massagem abdominal, liberação miofascial, cinesioterapia pélvica,  propriocepção e coordenação dos músculos do assoalho pélvico.

Gestantes

A gestação é um período de inúmeras transformações na vida da mulher, físicas e psicológicas. A fisioterapia em parceria com os médicos ginecologistas e obstetras vem sendo introduzida na rotina das gestantes, afim de melhorar a qualidade de vida nesse período, atuando na prevenção, preparo para o parto e no manejo dos desconfortos advindos das mudanças.

A mulher prepara-se para todas as fases da gestação, do parto e também no período do pós parto, período denominado puerpério, afim de garantir uma gestação saudável. Agindo não só em casos de dor ou incontinência urinária, mas também na consciência corporal, sexualidade da gestante e funcionalidade do assoalho pélvico.

A fisioterapia pode auxiliar no tratamento, utilizando os seguintes recursos:  propriocepção, coordenação e fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, liberação miofascial, cinesioterapia, eletroterapia, termoterapia, preparação perineal para o parto, treinamento de expulsão.